segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Dois Eremitas (4)


A hora em que encontrasse novamente Y.

Passara a tarde em casa, ora escrevendo ora dirigindo-se à cozinha para tomar café e provar biscoitos de erva-doce trazidos pela mãe . Não definia o que sentia, mas sabia que era bom. Tal como a menina Clarice de 'Felicidade Clandestina', fingia que não cultivava tal sentimento para ter a surpresa de, subitamente, tê-lo. Sabia que ter era o começo de algo que poderia ser perdido. Mas não queria compactuar com a mediocridade de viver.
Sim, tinha uma esperança. E ela também era verde e frágil. Como controlar isso? Encontraria Y e diria que não era mais a mesma pessoa, que estava redescobrindo o prazer de ser? Não, a fragilidade não poderia emergir tão reveladora.
À noite, teria as respostas para as perguntas que estragaram sua tarde.

Nenhum comentário: